Graciliano Rocha

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Reportagem

O negócio que faz a Suzano virar um império global de papel de higiene

A brasileira Suzano anunciou a aquisição de 51% das operações internacionais da Kimberly-Clark na área de papéis de higiene — os chamados produtos tissue.

A empresa brasileira pagou US$ 1,734 bilhão pelo controle de 22 fábricas situadas em 14 países, que produzem mais de um milhão de toneladas de itens como papel higiênico, toalhas de papel, guardanapos e lenços de papel, comercializados em mais de 70 países.

Essas unidades, hoje sob comando da Kimberly-Clark, serão transferidas para uma nova empresa sediada na Holanda, da qual a Suzano será controladora majoritária. A joint venture (parceria estratégica) nasce com alcance global: atuará em regiões estratégicas como América do Sul, América Central, Europa, Reino Unido, Irlanda, África, Oriente Médio, Ásia (incluindo o Sudeste Asiático) e Oceania.

Os EUA, sede da Kimberly-Clark, não entraram no negócio.

No pacote, a Suzano levará também marcas consagradas nos mercados regionais da Kimberly-Clark, além de licenças de uso de algumas marcas globais — por longos prazos e sem pagamento de royalties. Isso inclui produtos de grande circulação nas gôndolas internacionais, como papéis das linhas "family care" e "professional business", que atendem tanto o consumidor final quanto clientes corporativos e institucionais.

Portfólio da Kimberly-Clark
Portfólio da Kimberly-Clark Imagem: Kimberly-Clark/Divulgação

Com o negócio, a Suzano amplia seu escopo no cotidiano das pessoas nos banheiros, nas cozinhas, nos consultórios médicos e nos escritórios ao redor do mundo. A estratégia é agregar valor à celulose brasileira, transformando-a em produto final e ampliando margens globais.

Segundo fato relevante divulgado pela companhia, o movimento está alinhado à visão de longo prazo da Suzano de crescer com disciplina financeira em negócios escaláveis, aproveitando sua vantagem competitiva em fibras de eucalipto e eficiência industrial. A expectativa é de que o fechamento do negócio ocorra em meados de 2026, após aprovações regulatórias e reestruturações internas da Kimberly-Clark.

O acordo prevê ainda que, a partir do terceiro ano após o fechamento, a Suzano poderá exercer uma opção de compra da fatia remanescente de 49% da joint venture, que por ora continua nas mãos da Kimberly-Clark.

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Enquanto mantém seu foco tradicional no fornecimento de celulose, a Suzano agora se posiciona como fabricante global de produtos de higiene — um setor de demanda constante, recorrente e com margens mais robustas.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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