Dólar cai a R$ 5,56 e Bolsa recua após medidas para mudar IOF
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O dólar comercial fechou o dia de hoje em queda de 0,14%, cotado R$ 5,561. O movimento marca a apreensão do mercado financeiro com as alternativas para a compensação do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Já o Ibovespa fechou em queda de 0,30%.
O que aconteceu
Dólar comercial desvaloriza. A variação negativa da moeda norte-americana ante o real mantém o desempenho observado nas últimas duas sessões, quando a divisa recuou 1,33%, de R$ 5,645 para R$ 5,570. O dólar turismo caiu 0,13%, a R$ 5,776 para venda.
Moeda dos EUA recuou 2,6% na semana passada. As variações levaram a divisa ao menor patamar desde outubro do ano passado.
Expectativas para a taxa Selic não mudam. Os analistas do mercado financeiro ouvidos semanalmente pelo BC (Banco Central) estimam que a taxa básica de juros permanecerá inalterada em 14,75% ao ano até o final de 2025. A definição ficou em aberto após o último encontro do Copom (Comitê de Política Monetária).
Bolsa
Ibovespa cai. O principal índice acionário do Brasil recuou 0,30%, aos 135.699,38 pontos. A variação acompanha o desempenho negativo da Bolsa brasileira em todas as sessões desde a terça-feira da semana passada.
Ações da Petrobras recuam após rebaixamentos. Os papéis preferenciais (PETR4) da estatal recuaram 1,55%. Os papéis da companhia correspondem a 10,42% do Ibovespa, segundo a Economatica.
Analistas cortaram as recomendação da estatal. O Santander trocou a avaliação da empresa de "outperform" (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para "neutra" (melhor não comprar, nem vender). O banco vê uma situação financeira difícil para a companhia entre 2025 e 2026, que pode se agravar ainda mais se os preços do petróleo recuarem nos próximos trimestres. Já o Bank of America rebaixou as ações de compra para neutra e fixou o preço alvo em R$ 34, o que poderia implicar valorização de 15% em relação ao último fechamento.
IOF
Mercado repercute alternativa ao aumento do IOF. A compensação foi acordada com a equipe econômica e líderes do Congresso no final de semana. Os parlamentares concordaram em aumentar a tributação das apostas esportivas, das fintechs e de títulos de crédito.
Aumento de arrecadação sofre críticas. "Começamos a semana com mais um capítulo da conhecida novela fiscal brasileira. Como já destacamos, em vez de enfrentar o crescimento dos gastos com medidas estruturais, o governo segue optando pelo caminho mais simples de aumento de impostos", afirma Diego Costa, head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T XP.
A revisão do IOF deve vir acompanhada de uma recalibragem que pode atingir as bets, supersalários, Fundeb e aposentadorias do Judiciário e dos militares. São medidas com potencial arrecadatório, mas que não enfrentam as causas do desequilíbrio fiscal.
Diego Costa, head de câmbio da B&T XP
Está claro que a propensão dos participantes desta reunião de domingo de adotar medidas estruturais que ataquem o lado da despesa é baixa, mantendo o ajuste fiscal apenas do lado das receitas, ou seja, no aumento de impostos.
Camilo Cavalcanti, gestor da Oby Capital.
Medidas buscam o cumprimento da meta fiscal. As alternativas que serão publicadas têm o objetivo de contribuir com a proposta do governo de zerar o déficit fiscal neste ano. A compensação projetada, no entanto, é de R$ 7 bilhões, valor significativamente inferior aos R$ 20 bilhões previstos com a alta do IOF.
Compensação traz taxa de 5% de IR para títulos isentos. A cobrança atinge as LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e as LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) e vai fazer parte de uma MP (Medida Provisória). A decisão entrará em vigor após a publicação no Diário Oficial, mas ainda depende da validação do Congresso para valer definitivamente.
"Tarifaço"
Reunião entre China e EUA também está no radar. O encontro entre representantes das duas maiores economias do mundo acontece hoje após conversa telefônica entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping na semana passada. A reunião tende a discutir os impactos causados pela imposição tarifária definida por Trump e reduzir os temores de guerra comercial.
Espera por informações sobre o encontro esfria as compras na Bolsa. As negociações entre chineses e norte-americanos acontecem em Londres. Por isso, os investidores estrangeiros estão em compasso de espera, o que fez as Bolsas europeias fecharem em baixa. Nos EUA, o cenário é positivo.
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